quarta-feira, 2 de março de 2016



Austrália, meu amor 



Estou apaixonado pela Austrália, confesso. Foi amor à segunda vista. Conheci Sydney a primeira vez em 1999, mas não tive tempo de nada além de um flerte. Desta vez, não. Passei 21 dias maravilhosos no país que nos dá um banho de civilização no aeroporto, nos parques, nas praias, nas estradas, nas escolas. Um banho tão grande que, para alguém vindo do Brasil nestes tempos, dói como uma bofeta.
A Austrália é exemplo sob qualquer aspecto que possa interessar para a vida de alguém que quer viver bem. Tem o segundo melhor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do planeta, renda per capta de US$ 62 mil, apenas 1 homicídio para cada 100 mil habitantes, sistemas públicos de ensino e de saúde invejáveis, transporte coletivo por terra (ônibus e metrô) ou por água (ferries) espetacular, cidades limpas, parques preservados, povo cordial e educado. Apesar disso, tem baixo índice de funcionários públicos por habitante e apenas carreiras de Estado mantêm estabilidade no emprego. A economia australiana cresce há 25 anos sem parar. Mas como a Austrália, com seus quase 24 milhões de habitantes, chegou lá? 

O país foi colonizado pelos ingleses na segunda metade do século 18. Começou como colônia penal recebendo pencas de bandidos condenados. A partir do século 19, durante a Era Vitoriana, apareceram negociantes, agricultores e outras categorias dispostas a prosperar e progredir em um ambiente de liberdade. O sistema capitalista australiano prevê respeito aos contratos e ninguém ousa questionar o direito de propriedade. A carga tributária fica em 30% com grande retorno à população. Cada vez mais australianos optam por colocar negócios e enfrentar os desafios do empreendedorismo. Há unanimidade de que as regras são claras e cumpridas com rapidez. Eles não sabem o que é burocracia de verdade. 

O sistema político faz a diferença também. A Austrália é uma monarquia constitucional (formalmente submetida à Rainha da Inglaterra) com parlamentarismo e voto distrital. Maus governantes têm vida curta. Nos últimos 10 anos eles já tiveram sete primeiros-ministros. O governo perdeu a confiança dos cidadãos? Vai pra casa e ponto final. Os dois principais partidos são o liberal (centro-direita) e o trabalhista (social-democrata). Atualmente quem comanda são os liberais.

A Austrália é meu novo amor. Quero que o Brasil seja só um pouquinho do que eles são. Só um pouquinho, pelo menos. É pedir demais?

Jornal O Metro

01/03/2016

Diego Casagrande é jornalista profissional diplomado desde 1993. Apresenta os programas BandNews Porto Alegre 1a Edição, às 9h, e Rádio Livre, na Rádio Bandeirantes FM 94,9 e AM 640

sexta-feira, 12 de junho de 2015


 
Filmes para assistir no Dia dos Namorados:

Paris Manhattan

À prova de fogo

Enquanto você dormia

Amor à Segunda Vista

Antes do Pôr-do-Sol

Muito bem acompanhada

O amor pode dar certo

Cartas para Julieta


Feliz Dia Dos Namorados!

Eu adoro esta frase: A vida é feita de escolhas! (Zaffari Bourbon)

você já fez a sua hoje?



sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Políticos ganham pouco e andam de ônibus. Onde?




UM PAÍS SEM EXCELÊNCIAS E MORDOMIAS
Uma incrível visita a uma das democracias mais ricas do mundo, onde os políticos ganham pouco, andam de ônibus, cozinham sua comida, lavam e passam suas roupas e são tratados como “você”.

Sinopse

Ler este livro é algo obrigatório para todo deputado, senador, ministro, juiz, desembargador, governador, presidente, secretário, prefeito, vereador. E sobretudo para o eleitor. Para ele, é quase um guia de sobrevivência na selva da política brasileira. Claudia Wallin trata da Suécia mas é impossível não pensar no Brasil a cada parágrafo. Com cinismo, cólera, amargura. Ou com esperança. Porque não? Afinal, prova que existem políticos que desconhecem o tratamento de “Excelência”. Que não tem mordomias, não aumentam seu próprio salário, não tem gabinete próprio. Que usam transporte público e não estão na vida pública para fazer fortuna. E que respeitam – e muito — o eleitor. Um sistema apoiado em três pilares: transparência, escolaridade e igualdade. Um dia, quem sabe, chegaremos lá. Ler e se envergonhar com estas páginas pode ser o começo.

Sobre a autora

Claudia Varejão Wallin – Jornalista e consultora radicada na Suécia. Trabalhou dez anos em Londres como diretora da International Herald Tribune TV, chefe do escritório de Jornalismo da TV Globo de Londres e produtora da seção brasileira da BBC World Service, após carreira no jornal O Globo do Rio de Janeiro. Colaboradora da Rede Bandeirantes de Televisão e da BBC Brasil.


WALLIN, Claudia Varejão. Um país sem excelências e mordomias. São Paulo: Geração Editorial, 2014. 343 p.


http://geracaoeditorial.com.br/pais-sem-excelencias-e-mordomias-um/

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Leitor-repórter: Cadê os bibliotecários? Estado não realiza concurso público para a área há 20 anos


É crítica a situação da biblioteca do Instituto General Flores da Cunha, de Porto Alegre. A leitora Bruna Abatti Chaffe, que é bibliotecária, afirma que o local encontra-se em péssimo estado, com paredes descascando, infiltrações, goteiras, obras obsoletas e sem atrativo nenhum para os alunos.
Em uma visita ao local, Bruna ficou surpresa. Indignados, os alunos utilizaram fichas catalográficas para formar na parede da biblioteca a frase “Cadê bibliotecário?”.
– Não é só o instituto. Muitas outras bibliotecas escolares do Estado clamam urgentemente por ajuda. Há falta de tudo – relata.
Alessandra Lemes da Rosa, vice-diretora da escola, explica que. na ausência de um profissional habilitado, professores com horários disponíveis são remanejados para atender a biblioteca.
Há dois anos, estudantes do Ensino Médio Politécnico mantêm um projeto para catalogar as obras existentes e separá-las por área de conhecimento. A iniciativa, criada a partir da disciplina de Seminário Integrado, auxilia na organização dos livros que ficam nos laboratórios, evitando a degradação das obras, já que a biblioteca tem goteiras.
De acordo com o Conselho Regional de Biblioteconomia, o último concurso público estadual para bibliotecário ocorreu em 1994. Na época, foram oferecidas 100 vagas, sendo que 88 aprovados foram efetivados e, destes, só 16 permanecem em exercício. Existem atualmente 2,3 mil bibliotecas sob responsabilidade do Estado, a maioria sem profissionais habilitados.
Contraponto – O que diz a Seduc
Segundo a assessoria de comunicação da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), por tratar-se de um prédio tombado pelo patrimônio histórico, os processos burocráticos anteriores à abertura de licitação precisaram de três anos para serem concluídos. Em breve será lançado o edital de licitação para a contratação da empresa que será responsável pela execução da obra de restauro na escola.
Até a tarde de ontem, a Seduc não havia se pronunciado sobre a ausência de bibliotecário na instituição, nem sobre a contratação de novos profissionais para suprir a demanda no Estado.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Dicas de Livros


COIMBRA, David. DEXHEIMER: 800 noites de junho. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 1993.

FRANK, Anne. O diário de Anne Frank. 9.ed. Rio de Janeiro: Record, 1997.

GOMES, Laurentino. 1808: como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil. São Paulo: Planeta, 2007.

________________. 1822: como um homem sábio, uma princesa triste e um escocês louco por dinheiro ajudaram D. Pedro a criar o Brasil, um país que tinha tudo para dar errado. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2010.

________________. 1889: como um imperador cansado, um marechal vaidoso e um professor injustiçado contribuíram para o fim da monarquia e a proclamação da república no Brasil. São Paulo: Globo, 2013.

MEDEIROS, Martha. Feliz por nada. Porto Alegre: L&PM, 2011.

­­­­­________________. Poesia reunida. Porto Alegre: L&PM, 1999.

MIRON, Vicki. Dewey: um gato entre livros. São Paulo: Globo, 2008.

QUINTANA, Mario. Nova antologia poética. Rio de Janeiro: Globo, 1985.

_______________. Preparativos de viagem. São Paulo: Globo, 1994.

sábado, 2 de agosto de 2014

Pare de ‘pensar pobre’: usado é igual a ‘velho’?

Gastar. Costumo dizer que, quem deseja ser mais econômico, precisa aprender a “gastar mais”. Não estou falando de gastar mais dinheiro, porém de gastar mais “as coisas”. Por um minutinho, voltemos aos tempos da vovó: há uma atitude que a vovó tinha, muito saudável para as finanças pessoais, que é o hábito de usar as coisas até gastar. Infelizmente a maior parte de nós acabou deixando de lado este bom hábito, submersos nessa onda desenfreada de consumismo que vamos viveciando nas últimas décadas.
Como? É assim que a vovó fazia: comprar coador de café novo? Só se o antigo gastasse, mesmo, se chegasse a fazer buraco! O mesmo critério do buraco valia para o assento das cadeiras, e até mesmo para as ceroulas do vovô. Trocar? Só quando fizesse buraco de tanto usar, e buraco do tipo irremendável! Para trocar de sapato tinha de gastar a sola e depois trocá-la também várias vezes até gastar completamente, inclusive o couro de cima. Sovinice? Devo contra-argumentar que, até mesmo do ponto de vista ecológico, essa postura de usar até gastar por completo faz muito mais sentido.
Tempos ‘modernos’. Mas hoje não é assim que o pessoal vê “as coisas”. Tem que trocar tudo bem antes da hora. O celular tem que ser trocado porque, oras, já lançaram modelo mais novo e mais cheio de recursos (que, muitas vezes, você nem vai usar). Ou então: “Sabe, o meu caiu no chão e ficou com um risco aqui na tela, já não é mais novinho em folha.” A roupa tem que descartar porque agora a moda “é outra”. O carro, tem que trocar porque você acaba de descobrir no jornal que virou de modelo.
Vai nessa? Pense bem, o que é mais importante para você: o fato de possuir, ou efetivamente poder usufruir? Se for a simples posse das coisas, vá fundo nessa bobagem de trocar tudo bem antes do final de sua vida útil. A regra será sempre tentar possuir o último modelo, a novidade, o lançamento, o top de linha. E aposte aí todos os seus cobres, até mesmo seu equilíbrio e sua tranquilidade financeira.
Não! Se o seu barato é poder verdadeiramente usufruir das coisas, pare de “pensar pobre” e considere a hipótese de usar até gastar por completo. Então vá lá e compre um novinho em folha. Dê sua cota de contribuição para salvar a natureza, colaborando para a redução da emissão de lixo tóxico nas águas e gases poluentes na atmosfera. De quebra, ainda vai sobrar dindin para lhe custear boas “experiências”.
Economista com MBA em Finanças (USP), orientador de famílias e educador em empresas, é colunista da BANDNEWS FM e fundador da SOBREDinheiro. Diretor do site www.oplanodavirada.com.br, da EKNOWMIX Consultores Integrados e da TECHIS SA.
Metro Jornal de Porto alegre - 24/07/2014.

http://www.metrojornal.com.br/nacional/marcos-silvestre/parte-de-pensar-pobre-usado-e-igual-a-velho-112631