sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Políticos ganham pouco e andam de ônibus. Onde?




UM PAÍS SEM EXCELÊNCIAS E MORDOMIAS
Uma incrível visita a uma das democracias mais ricas do mundo, onde os políticos ganham pouco, andam de ônibus, cozinham sua comida, lavam e passam suas roupas e são tratados como “você”.

Sinopse

Ler este livro é algo obrigatório para todo deputado, senador, ministro, juiz, desembargador, governador, presidente, secretário, prefeito, vereador. E sobretudo para o eleitor. Para ele, é quase um guia de sobrevivência na selva da política brasileira. Claudia Wallin trata da Suécia mas é impossível não pensar no Brasil a cada parágrafo. Com cinismo, cólera, amargura. Ou com esperança. Porque não? Afinal, prova que existem políticos que desconhecem o tratamento de “Excelência”. Que não tem mordomias, não aumentam seu próprio salário, não tem gabinete próprio. Que usam transporte público e não estão na vida pública para fazer fortuna. E que respeitam – e muito — o eleitor. Um sistema apoiado em três pilares: transparência, escolaridade e igualdade. Um dia, quem sabe, chegaremos lá. Ler e se envergonhar com estas páginas pode ser o começo.

Sobre a autora

Claudia Varejão Wallin – Jornalista e consultora radicada na Suécia. Trabalhou dez anos em Londres como diretora da International Herald Tribune TV, chefe do escritório de Jornalismo da TV Globo de Londres e produtora da seção brasileira da BBC World Service, após carreira no jornal O Globo do Rio de Janeiro. Colaboradora da Rede Bandeirantes de Televisão e da BBC Brasil.


WALLIN, Claudia Varejão. Um país sem excelências e mordomias. São Paulo: Geração Editorial, 2014. 343 p.


http://geracaoeditorial.com.br/pais-sem-excelencias-e-mordomias-um/

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Leitor-repórter: Cadê os bibliotecários? Estado não realiza concurso público para a área há 20 anos


É crítica a situação da biblioteca do Instituto General Flores da Cunha, de Porto Alegre. A leitora Bruna Abatti Chaffe, que é bibliotecária, afirma que o local encontra-se em péssimo estado, com paredes descascando, infiltrações, goteiras, obras obsoletas e sem atrativo nenhum para os alunos.
Em uma visita ao local, Bruna ficou surpresa. Indignados, os alunos utilizaram fichas catalográficas para formar na parede da biblioteca a frase “Cadê bibliotecário?”.
– Não é só o instituto. Muitas outras bibliotecas escolares do Estado clamam urgentemente por ajuda. Há falta de tudo – relata.
Alessandra Lemes da Rosa, vice-diretora da escola, explica que. na ausência de um profissional habilitado, professores com horários disponíveis são remanejados para atender a biblioteca.
Há dois anos, estudantes do Ensino Médio Politécnico mantêm um projeto para catalogar as obras existentes e separá-las por área de conhecimento. A iniciativa, criada a partir da disciplina de Seminário Integrado, auxilia na organização dos livros que ficam nos laboratórios, evitando a degradação das obras, já que a biblioteca tem goteiras.
De acordo com o Conselho Regional de Biblioteconomia, o último concurso público estadual para bibliotecário ocorreu em 1994. Na época, foram oferecidas 100 vagas, sendo que 88 aprovados foram efetivados e, destes, só 16 permanecem em exercício. Existem atualmente 2,3 mil bibliotecas sob responsabilidade do Estado, a maioria sem profissionais habilitados.
Contraponto – O que diz a Seduc
Segundo a assessoria de comunicação da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), por tratar-se de um prédio tombado pelo patrimônio histórico, os processos burocráticos anteriores à abertura de licitação precisaram de três anos para serem concluídos. Em breve será lançado o edital de licitação para a contratação da empresa que será responsável pela execução da obra de restauro na escola.
Até a tarde de ontem, a Seduc não havia se pronunciado sobre a ausência de bibliotecário na instituição, nem sobre a contratação de novos profissionais para suprir a demanda no Estado.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Dicas de Livros


COIMBRA, David. DEXHEIMER: 800 noites de junho. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 1993.

FRANK, Anne. O diário de Anne Frank. 9.ed. Rio de Janeiro: Record, 1997.

GOMES, Laurentino. 1808: como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil. São Paulo: Planeta, 2007.

________________. 1822: como um homem sábio, uma princesa triste e um escocês louco por dinheiro ajudaram D. Pedro a criar o Brasil, um país que tinha tudo para dar errado. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2010.

________________. 1889: como um imperador cansado, um marechal vaidoso e um professor injustiçado contribuíram para o fim da monarquia e a proclamação da república no Brasil. São Paulo: Globo, 2013.

MEDEIROS, Martha. Feliz por nada. Porto Alegre: L&PM, 2011.

­­­­­________________. Poesia reunida. Porto Alegre: L&PM, 1999.

MIRON, Vicki. Dewey: um gato entre livros. São Paulo: Globo, 2008.

QUINTANA, Mario. Nova antologia poética. Rio de Janeiro: Globo, 1985.

_______________. Preparativos de viagem. São Paulo: Globo, 1994.

sábado, 2 de agosto de 2014

Pare de ‘pensar pobre’: usado é igual a ‘velho’?

Gastar. Costumo dizer que, quem deseja ser mais econômico, precisa aprender a “gastar mais”. Não estou falando de gastar mais dinheiro, porém de gastar mais “as coisas”. Por um minutinho, voltemos aos tempos da vovó: há uma atitude que a vovó tinha, muito saudável para as finanças pessoais, que é o hábito de usar as coisas até gastar. Infelizmente a maior parte de nós acabou deixando de lado este bom hábito, submersos nessa onda desenfreada de consumismo que vamos viveciando nas últimas décadas.
Como? É assim que a vovó fazia: comprar coador de café novo? Só se o antigo gastasse, mesmo, se chegasse a fazer buraco! O mesmo critério do buraco valia para o assento das cadeiras, e até mesmo para as ceroulas do vovô. Trocar? Só quando fizesse buraco de tanto usar, e buraco do tipo irremendável! Para trocar de sapato tinha de gastar a sola e depois trocá-la também várias vezes até gastar completamente, inclusive o couro de cima. Sovinice? Devo contra-argumentar que, até mesmo do ponto de vista ecológico, essa postura de usar até gastar por completo faz muito mais sentido.
Tempos ‘modernos’. Mas hoje não é assim que o pessoal vê “as coisas”. Tem que trocar tudo bem antes da hora. O celular tem que ser trocado porque, oras, já lançaram modelo mais novo e mais cheio de recursos (que, muitas vezes, você nem vai usar). Ou então: “Sabe, o meu caiu no chão e ficou com um risco aqui na tela, já não é mais novinho em folha.” A roupa tem que descartar porque agora a moda “é outra”. O carro, tem que trocar porque você acaba de descobrir no jornal que virou de modelo.
Vai nessa? Pense bem, o que é mais importante para você: o fato de possuir, ou efetivamente poder usufruir? Se for a simples posse das coisas, vá fundo nessa bobagem de trocar tudo bem antes do final de sua vida útil. A regra será sempre tentar possuir o último modelo, a novidade, o lançamento, o top de linha. E aposte aí todos os seus cobres, até mesmo seu equilíbrio e sua tranquilidade financeira.
Não! Se o seu barato é poder verdadeiramente usufruir das coisas, pare de “pensar pobre” e considere a hipótese de usar até gastar por completo. Então vá lá e compre um novinho em folha. Dê sua cota de contribuição para salvar a natureza, colaborando para a redução da emissão de lixo tóxico nas águas e gases poluentes na atmosfera. De quebra, ainda vai sobrar dindin para lhe custear boas “experiências”.
Economista com MBA em Finanças (USP), orientador de famílias e educador em empresas, é colunista da BANDNEWS FM e fundador da SOBREDinheiro. Diretor do site www.oplanodavirada.com.br, da EKNOWMIX Consultores Integrados e da TECHIS SA.
Metro Jornal de Porto alegre - 24/07/2014.

http://www.metrojornal.com.br/nacional/marcos-silvestre/parte-de-pensar-pobre-usado-e-igual-a-velho-112631
A copa que eu quero

Eu não desisti. Quero a Copa! Um dia, quem sabe, seremos uma potência como a Alemanha, campeã com todos os méritos. Um dia, talvez tenhamos motivos de sobra para nos orgulharmos do Brasil. E não me refiro a futebol, que por sinal admiro e é um esporte adorado em boa parte do planeta. É que diante das mazelas que enfrentamos diariamente, o futebol se torna a coisa mais importante dentre as menos importantes. A emergência do Hospital de Clínicas de Porto Alegre está superlotada e mandando pacientes embora? Nosso país tem 56 mil assassinatos por ano e está no topo dos rankings mundiais de violência? A educação pública é tão ruim nos ensinos médio e fundamental que são necessárias cotas? O Brasil tem mais de 30 milhões de analfabetos funcionais? Se tudo isso é verdade, e é, nosso tema de casa como nação é urgente. Quando começamos?
O futebol é a metáfora da vida, disse Nelson Rodrigues, e nunca como nesta Copa que sediamos isto foi tão verdadeiro. Dentro de campo levamos duas sacolas de gols e ficamos rodando, desnorteados, feito baratas tontas diante da Alemanha e Holanda. Uma superioridade gigantesca. Massacre ou o termo que quiserem usar se aplicam. Nos amassaram. Ambas as seleções nos meteram dez gols em duas partidas, coisa que já fazem na vida real. E é aí que a goleada e a humilhação realmente machucam. Comparar saúde, educação, segurança, honestidade, IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) e os indicadores sociais deles com os nossos é palhaçada, é o que verdadeiramente me tira o sono como cidadão brasileiro. Combater esta gigantesca distância deveria ser a camisa verde e amarela.
De nada adianta choros histéricos e demonstrações de emoção desmedida nas arquibancadas quando toca o hino nacional, se no dia a dia aceitamos ser um país vira-latas, de 3º mundo, vendo com normalidade políticos corruptos nos roubando e governos que tiram cada vez mais a nossa já cambaleante liberdade. Se nos omitimos diante do descalabro, somos responsáveis pela derrota.
Quem for a Berlim e pegar o metrô, verá que não há catracas. Parece até irreal, outro mundo. Pode maior evolução social que isso? Aqui jamais daria certo, mas não precisamos ser tão atrasados em tudo. Os alemães já tiveram suas mazelas históricas e hoje são referência. E o futebol é só um pequeno capítulo disso. A Copa que realmente importa, a Copa da Cidadania, eles já têm há muito tempo. Eu também quero.
Diego Casagrande - Metro Jornal de Porto Alegre - 15/07/2014.

http://www.metrojornal.com.br/nacional/colunistas/a-copa-que-eu-quero-109709

quarta-feira, 19 de março de 2014


Centro de Ensino Fundamental Arapoanga, Planaltina-DF
 
 
No Centro de Ensino Fundamental Arapoanga, Planaltina-DF, os professores criaram um blog para ensinar através de vídeo aulas. Eles estão fazendo o maior sucesso com seus alunos. Ideia que poderia ser implementada em todas as escolas públicas do Brasil. Adorei e estou divulgando aqui.
 
Blog do CEFA -  Bairro Arapoanga (Planaltina-DF)
 

sábado, 15 de março de 2014


Guerreiras e heróis


O Big Brother é um programa de tevê como outro qualquer e não defendo sua extinção, mas é preciso ficar atento a certos exageros.
Não estou assistindo ao Big Brother, mas vi a chamada para o programa dia desses. Mostrava uma moça, uma das participantes, olhando pra câmera e dizendo com ar dramático: “Eu sou uma guerreira!”. É de dar nos nervos. Guerreira por quê? Porque está participando de um programa de televisão que vai levá-la, no mínimo, à capa da Playboy? Guerreira porque foi escolhida entre milhões de candidatos para ficar comendo do bom e do melhor e jogando conversa fora com um monte de desocupados? As pessoas não têm culpa de serem burras, mas mereciam uma surra por se levarem tão a sério.
O Big Brother é um programa de tevê como outro qualquer e não defendo sua extinção, mas é preciso ficar atento a certos exageros. Por exemplo, é um exagero condenar o jornalista Pedro Bial por apresentá-lo, o cara está trabalhando, só isso. Por outro lado, ele perde a noção quando chama aquele pessoal de “nossos heróis”. É o mesmo caso do “guerreira”: a troco de que usar essas expressões graves e superlativas para falar de uma brincadeira televisiva onde todos sairão ganhando?
O que irrita no Big Brother, mais do que sua inutilidade, é o fato de os participantes serem tratados como vítimas. Qual é? Circula pela Internet um arquivo PPS que, pela primeira vez na história dos PPS, me tocou. Ele mostra heróis de verdade: homens e mulheres que abrem mão do conforto de suas casas para fazer trabalho voluntário em aldeias na África e em clínicas móveis no Líbano. São pessoas que oferecem ajuda humanitária internacional através do programa Médicos sem Fronteiras e que não medem esforços para dar amparo e assistência a moradores de ruas e demais necessitados, seja no fim do mundo ou aqui mesmo nas ruas do Brasil. Isso é heróico, isso é ser guerreiro. Quantos de nós, bem-nascidos e bem-criados, abrem mão de seus pequenos luxos para ajudar quem precisa?
O que irrita no Big Brother, mais do que sua inutilidade, é o fato de os participantes serem tratados como vítimas. Qual é? Circula pela Internet um arquivo PPS que, pela primeira vez na história dos PPS, me tocou. Ele mostra heróis de verdade: homens e mulheres que abrem mão do conforto de suas casas para fazer trabalho voluntário em aldeias na África e em clínicas móveis no Líbano. São pessoas que oferecem ajuda humanitária internacional através do programa Médicos sem Fronteiras e que não medem esforços para dar amparo e assistência a moradores de ruas e demais necessitados, seja no fim do mundo ou aqui mesmo nas ruas do Brasil. Isso é heróico, isso é ser guerreiro. Quantos de nós, bem-nascidos e bem-criados, abrem mão de seus pequenos luxos para ajudar quem precisa?
Por isso, se você é da turma que liga pro Big Brother pra votar em paredões, pense melhor antes de erguer o telefone. Direcione sua ligação para um programa assistencial, gaste seu dinheiro com algo que realmente seja útil. Assista ao BBB, divirta-se e dê audiência, não há nada de errado com isso, mas cada vez que tiver o impulso de ligar pra tirar fulano ou cicrana do programa, se toque: tem gente mais necessitada precisando da sua ligação. O site do UNICEF traz uma lista de entidades com que você pode colaborar dando apenas um telefonema. Quer dar uma espiadinha? Então espie o que está acontecendo à nossa volta.

Martha Medeiros

Fonte: Jornal “Zero Hora” - 23/1/2008.
Comentário: o texto é de 2008, mas continua bem atual. Por isso, resolvi compartilhar.