terça-feira, 5 de agosto de 2014

Dicas de Livros


COIMBRA, David. DEXHEIMER: 800 noites de junho. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 1993.

FRANK, Anne. O diário de Anne Frank. 9.ed. Rio de Janeiro: Record, 1997.

GOMES, Laurentino. 1808: como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil. São Paulo: Planeta, 2007.

________________. 1822: como um homem sábio, uma princesa triste e um escocês louco por dinheiro ajudaram D. Pedro a criar o Brasil, um país que tinha tudo para dar errado. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2010.

________________. 1889: como um imperador cansado, um marechal vaidoso e um professor injustiçado contribuíram para o fim da monarquia e a proclamação da república no Brasil. São Paulo: Globo, 2013.

MEDEIROS, Martha. Feliz por nada. Porto Alegre: L&PM, 2011.

­­­­­________________. Poesia reunida. Porto Alegre: L&PM, 1999.

MIRON, Vicki. Dewey: um gato entre livros. São Paulo: Globo, 2008.

QUINTANA, Mario. Nova antologia poética. Rio de Janeiro: Globo, 1985.

_______________. Preparativos de viagem. São Paulo: Globo, 1994.

sábado, 2 de agosto de 2014

Pare de ‘pensar pobre’: usado é igual a ‘velho’?

Gastar. Costumo dizer que, quem deseja ser mais econômico, precisa aprender a “gastar mais”. Não estou falando de gastar mais dinheiro, porém de gastar mais “as coisas”. Por um minutinho, voltemos aos tempos da vovó: há uma atitude que a vovó tinha, muito saudável para as finanças pessoais, que é o hábito de usar as coisas até gastar. Infelizmente a maior parte de nós acabou deixando de lado este bom hábito, submersos nessa onda desenfreada de consumismo que vamos viveciando nas últimas décadas.
Como? É assim que a vovó fazia: comprar coador de café novo? Só se o antigo gastasse, mesmo, se chegasse a fazer buraco! O mesmo critério do buraco valia para o assento das cadeiras, e até mesmo para as ceroulas do vovô. Trocar? Só quando fizesse buraco de tanto usar, e buraco do tipo irremendável! Para trocar de sapato tinha de gastar a sola e depois trocá-la também várias vezes até gastar completamente, inclusive o couro de cima. Sovinice? Devo contra-argumentar que, até mesmo do ponto de vista ecológico, essa postura de usar até gastar por completo faz muito mais sentido.
Tempos ‘modernos’. Mas hoje não é assim que o pessoal vê “as coisas”. Tem que trocar tudo bem antes da hora. O celular tem que ser trocado porque, oras, já lançaram modelo mais novo e mais cheio de recursos (que, muitas vezes, você nem vai usar). Ou então: “Sabe, o meu caiu no chão e ficou com um risco aqui na tela, já não é mais novinho em folha.” A roupa tem que descartar porque agora a moda “é outra”. O carro, tem que trocar porque você acaba de descobrir no jornal que virou de modelo.
Vai nessa? Pense bem, o que é mais importante para você: o fato de possuir, ou efetivamente poder usufruir? Se for a simples posse das coisas, vá fundo nessa bobagem de trocar tudo bem antes do final de sua vida útil. A regra será sempre tentar possuir o último modelo, a novidade, o lançamento, o top de linha. E aposte aí todos os seus cobres, até mesmo seu equilíbrio e sua tranquilidade financeira.
Não! Se o seu barato é poder verdadeiramente usufruir das coisas, pare de “pensar pobre” e considere a hipótese de usar até gastar por completo. Então vá lá e compre um novinho em folha. Dê sua cota de contribuição para salvar a natureza, colaborando para a redução da emissão de lixo tóxico nas águas e gases poluentes na atmosfera. De quebra, ainda vai sobrar dindin para lhe custear boas “experiências”.
Economista com MBA em Finanças (USP), orientador de famílias e educador em empresas, é colunista da BANDNEWS FM e fundador da SOBREDinheiro. Diretor do site www.oplanodavirada.com.br, da EKNOWMIX Consultores Integrados e da TECHIS SA.
Metro Jornal de Porto alegre - 24/07/2014.

http://www.metrojornal.com.br/nacional/marcos-silvestre/parte-de-pensar-pobre-usado-e-igual-a-velho-112631
A copa que eu quero

Eu não desisti. Quero a Copa! Um dia, quem sabe, seremos uma potência como a Alemanha, campeã com todos os méritos. Um dia, talvez tenhamos motivos de sobra para nos orgulharmos do Brasil. E não me refiro a futebol, que por sinal admiro e é um esporte adorado em boa parte do planeta. É que diante das mazelas que enfrentamos diariamente, o futebol se torna a coisa mais importante dentre as menos importantes. A emergência do Hospital de Clínicas de Porto Alegre está superlotada e mandando pacientes embora? Nosso país tem 56 mil assassinatos por ano e está no topo dos rankings mundiais de violência? A educação pública é tão ruim nos ensinos médio e fundamental que são necessárias cotas? O Brasil tem mais de 30 milhões de analfabetos funcionais? Se tudo isso é verdade, e é, nosso tema de casa como nação é urgente. Quando começamos?
O futebol é a metáfora da vida, disse Nelson Rodrigues, e nunca como nesta Copa que sediamos isto foi tão verdadeiro. Dentro de campo levamos duas sacolas de gols e ficamos rodando, desnorteados, feito baratas tontas diante da Alemanha e Holanda. Uma superioridade gigantesca. Massacre ou o termo que quiserem usar se aplicam. Nos amassaram. Ambas as seleções nos meteram dez gols em duas partidas, coisa que já fazem na vida real. E é aí que a goleada e a humilhação realmente machucam. Comparar saúde, educação, segurança, honestidade, IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) e os indicadores sociais deles com os nossos é palhaçada, é o que verdadeiramente me tira o sono como cidadão brasileiro. Combater esta gigantesca distância deveria ser a camisa verde e amarela.
De nada adianta choros histéricos e demonstrações de emoção desmedida nas arquibancadas quando toca o hino nacional, se no dia a dia aceitamos ser um país vira-latas, de 3º mundo, vendo com normalidade políticos corruptos nos roubando e governos que tiram cada vez mais a nossa já cambaleante liberdade. Se nos omitimos diante do descalabro, somos responsáveis pela derrota.
Quem for a Berlim e pegar o metrô, verá que não há catracas. Parece até irreal, outro mundo. Pode maior evolução social que isso? Aqui jamais daria certo, mas não precisamos ser tão atrasados em tudo. Os alemães já tiveram suas mazelas históricas e hoje são referência. E o futebol é só um pequeno capítulo disso. A Copa que realmente importa, a Copa da Cidadania, eles já têm há muito tempo. Eu também quero.
Diego Casagrande - Metro Jornal de Porto Alegre - 15/07/2014.

http://www.metrojornal.com.br/nacional/colunistas/a-copa-que-eu-quero-109709