terça-feira, 19 de junho de 2012

Divã

Às vezes o público não vai apenas buscar conhecimento na biblioteca ou centro de informação. Vai em busca de uma conversa, uma troca de ideias, uma palavra de incentivo. Nesta hora, a nossa sensibilidade é que conta, não só como profissional da informação, mas como ser humano.
Muitas vezes, podemos até indicar uma leitura, um site e até mesmo um livro do acervo, que ajude na melhor compreensão da própria situação vivida pela pessoa. Já indiquei muitos livros do acervo, de auto ajuda, passando por literatura e psicologia. A maioria gostou das minhas indicações, por que consegui captar o que a pessoa estava precisando e por conhecer a obra indicada. Embora, somente indique quando solicitada, por achar que a leitura é muito pessoal. Dependendo do leitor, se é um frequentador assíduo da biblioteca, o bibliotecário tem mais chance de acertar na indicação.
Nós bibliotecários não somos somente mediadores da informação, somos transformadores dela através de nossas ações e observações diárias.

O livro de capa verde







Quando estava na Faculdade de Biblioteconomia, uma professora nos contou sobre o livro de capa verde que um leitor queria, e que por ter pego muito sol ficou amarelo. Nós rimos muito …
Agora como profissional, trabalhando em Biblioteca, esta história volta à tona.
Um leitor pediu há algumas semanas um livro de capa verde. Não foi a primeira vez e nem será a última. Mas, neste momento temos que utilizar as perguntas fundamentais de referência para tentarmos localizar a informação certa para o nosso público leitor. As perguntas básicas de referência são qual é o título, quem é o autor e qual é o assunto procurado, para podermos localizar o material desejado para cada pesquisador.
Às vezes, pode acontecer também do assunto procurado estar indexado por outro termo, e cabe ao Bibliotecário conhecer a coleção da Biblioteca para localizar com o sinônimo mais adequado.
Enfim, todos estes esforços são importantes no processo de informação.




quarta-feira, 13 de junho de 2012

Hoje é Dia de Santo Antonio



 
SIMPATIA SANTO ANTONIO: para saber o nome do futuro marido 
Uma das mais antigas tradições diz que, para descobrir o quem seráo futuro marido, é preciso escrever os nomes dos “candidatos” em vários papéis. Um dos papeis deve ser deixado em branco. À meia-noite do dia 12 de junho, eles devem ser colocados em cima de um prato com água, que passará a madrugada ao relento. No dia seguinte, o que estiver mais aberto indicará o escolhido.
SIMPATIA SANTO ANTONIO: para arranjar namorado.
Abra a porta da frente da casa para que Santo Antônio permita a entrada de alguém especial na sua vida, dizendo: "Santo Antônio, protetor dos namorados, faça chegar até a mim aquele que anda sozinho e que em minha companhia será feliz."Você pode ainda acender uma vela rosa de qualquer tamanho em um pires com mel e pedir a Arcanjo Haniel a verdadeira realização afectiva.
Bibliotecas Virtuais
- Fundação Biblioteca Nacional - visita virtual
http://www.bn.br/portal/index.jsp?nu_pagina=63

- Domínio Público - Ministério da Educação
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.jsp
- Biblioteca Europeana - conta hoje com mais de 10 milhões de itens entre livros, fotografias, filmes, pinturas.
http://www.europeana.eu/portal/
- Brasiliana - portal para download de materiais sobre divulgação científica (Museu da Vida/Fiocruz)
http://www.museudavida.fiocruz.br/brasiliana/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?tpl=home
- Portal Universia - relação de livros para download grátis
http://noticias.universia.com.br/tag/download-livros-grátis/
Project Gutemberg - livros em línguas diversas
http://www.gutenberg.org/


Fonte:

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Diante da lei

Diante da lei há um guarda. Um camponês apresenta-se diante deste guarda, e solicita que lhe permita entrar na lei. Mas o guarda responde que por enquanto não pode deixá-lo entrar. O homem reflete, e pergunta se mais tarde o deixarão entrar.
- É possível – disse o porteiro - , mas não agora.
A porta que dá para a Lei está aberta, como de costume; quando o guarda se põe de lado, o homem inclina-se para espiar. O guarda vê isso, ri-se e lhe diz:
− Se tão grande é o teu desejo, experimenta entrar apesar de minha proibição. Mas lembra-te de que sou poderoso. E sou somente o último dos guardas. Entre salão e salão existem guardas, cada qual mais poderoso do que o outro. Já o terceiro guarda é tão terrível que não posso suportar seu aspecto.
O camponês não havia previsto estas dificuldades; a Lei deveria ser sempre acessível para todos, pensa ele, mas ao observar o guarda, com seu abrigo de peles, seu nariz grande e como de águia, sua barba longa de tártaro, rala e negra, resolve que mais lhe convém esperar. O guarda dá-lhe um banquinho e permite-lhe sentar-se a um lado da porta. Ali espera dias e anos. Tenta infinitas vezes entrar e cansa o guarda com suas súplicas. Com freqüência o guarda mantém com ele breves palestras, faz-lhe perguntas sobre seu país, e sobre muitas outras coisas; mas são perguntas indiferentes, como as dos grandes senhores, e para terminar, sempre lhe repete que ainda não pode deixá-lo entrar. O homem, que se abasteceu de muitas coisas para a viagem, sacrifica tudo, por mais valioso que seja, para subornar ao guarda. Este aceita tudo, com efeito, mas lhe diz:
− Aceito-o para que não julgues que tenhas omitido algum esforço.
Durante esses longos anos, o homem observa quase continuamente ao guarda: esquece-se dos outros, e parece-lhe que este é o único obstáculo que o separa da Lei. Maldiz sua má sorte, durante os primeiros anos temerariamente e em voz alta; mais tarde, à medida que envelhece, apenas murmura para si. Retorna à infância, e como em sua longa contemplação do guarda, chegou a conhecer até as pulgas de seu abrigo de pele, também suplica às pulgas que o ajudem e convençam ao guarda. Finalmente, sua vista enfraquece-se, e já não sabe se realmente há menos luz, ou se apenas o enganam seus olhos. Mas em meio da obscuridade distingue um resplendor, que surge inextinguível da porta da Lei. Já lhe resta pouco tempo de vida. Antes de morrer, todas as experiências desses longos anos se confundem em sua mente em uma só pergunta, que até agora não formou. Faz sinais ao guarda para que aproxime, já que o rigor da morte endurece o seu corpo. O guarda vê-se obrigado a baixar-se muito para falar com ele, porque a disparidade de estruturas entre ambos aumentou bastante com o tempo, para detrimento do camponês.
− Que queres saber agora? − pergunta o guarda. – És insaciável.
− Todos se esforçam por chegar à Lei − diz o homem −; como é possível então que durante tantos anos ninguém mais do eu pretendesse entrar?
O guarda compreende que o homem está para morrer, e para que seus desfalecentes sentidos percebam suas palavras, diz-lhe junto ao ouvido com voz atroadora:
− Ninguém podia pretender isso, porque esta entrada era somente para ti. Agora vou fechá-la.

KAFKA, Franz. Diante da Lei. In:______. A Colônia Penal. São Paulo: Livraria Exposição do Livro,1965. p.71.