terça-feira, 26 de junho de 2012

Filme Fahrenheit 451

O filme começa com um grupo de bombeiros em cima de um caminhão, para resolver mais um chamado. Até aí nada demais. Só que ao invés deles apagarem incêndios, eles incendiavam livros.
As pessoas não podiam ler nenhum tipo de livro: aventura, biografia, novela. Até os de filosofia eram proibidos. Porque lendo as pessoas ficavam tristes e anti-sociais.
Os poucos livros que existiam eram escondidos nos lustres, nos aquecedores, dentro de vasos, dentro de TVs e eram à prova de fogo, com algumas exceções. A TV era interativa, os personagens faziam perguntas para as pessoas que estavam em casa, através da tela, mas eles induziam a determinada resposta.
Um dos bombeiros chamado Montag dava aula no corpo de bombeiros (que se chamava de A lei). Ele ensinava que era preciso saber esconder livros para conseguir achá-los e queimá-los.
Para procurar os livros A lei invadia as casas, os parques, as escolas. Revistava mulheres, homens e crianças. Tinham até uma caixa de denúncias, que ficava na rua, as pessoas que denunciavam, tomavam estimulantes para terem coragem.
Porém, Montag conheceu uma professora que lê estes livros. Ela o questiona. – você não tem interesse por livros. Ele diz: -Não, tenho mais o que fazer, e além disso é proibido. A partir destes questionamentos, ele começa a se interessar pelos livros. E observar que o que está escrito neles não é nada absurdo. Chegando a conclusão que por trás de cada livro, há um homem e sua história.
Sua mulher reunida com as amigas em frente à tela, é surpeendida pelo marido. Ele indignado com aquela cena, pega um livro e em voz alta recita um parágrafo. Uma das mulheres se emociona e chora, pois o que está escrito ali é verdade.
Ele não agüenta mais a situação e fala a seu chefe que vai sair da corporação. Seu capitão diz que antes ele teria que fazer sua última missão. Então Montag vai, e para sua surpresa a lei chegou a sua casa. Sua mulher estava saindo com as malas, ela o tinha denunciado. Ele mesmo procurou os livros e os queimou. O capitão também foi queimado junto.
Montag foge e chega a um lugar onde as pessoas ficam decorando livros em voz alta. Encontrou um homem que o levou até uma tela TV que mostrava a sua captura e morte. A TV mostrava só o que convinha a ela, a mentira era uma boa alternativa.
O lugar que ele estava agora era das pessoas que gostavam de ler. Elas decoravam um livro. E passavam a vida inteira declamando em voz alta, para que aquele conhecimento ficasse na memória. No final da vida eles passavam o livro oralmente para outra pessoa.
É absurdo o pensamento daquela sociedade, que acreditava que quem lia era anti-social. Quanto mais se lê, mais aprendizado se obtém e mais capacidade de entender, conhecer e ajudar as pessoas se adquire.
A sociedade no filme era sem memória, portanto não a exercitava. Sociedade hipócrita, que trocou o livro pela TV, esta que só mostrava o que era de interesse dela, manipuladora de mentes.
Sociedade sem memória, sem passado, sem livros, sem informação, sem vida, se auto-destrói.
A identidade de um povo é feita tanto de livros, como da própria memória das pessoas que viveram em determinada época. É daí que surge a história; tanto das batalhas como das derrotas e das conquistas. Povo sem memória, sem história, sem heróis é povo morto. Como muitas tribos indígenas que se extinguiram, por falta de alguém que passasse para o papel aquilo que era passado oralmente. O livro é o suporte que transmite de geração a geração, a cultura de um povo. Guardando muitas surpresas e muitos conhecimentos. O Valor de um livro para uma nação é imensurável e continuará assim por muito tempo.

Raquel Guimarães em dezembro de 1997- Evolução do Livro – Biblioteconomia – UFRGS.

Filme:
Fahrenheit 451 - Direção: Francois Truffaut. Produção: Universal Pictures. Intérpretes: Julie Christie, Oskar Werner. Estados unidos, 1966.

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