segunda-feira, 25 de junho de 2012

Sensacionalismo

           O que existe por trás de algumas notícias? A explosão da notícia pode causar a morte de alguém? E a quem ela beneficia?
Para fazermos algumas comparações citarei aqui o filme (A montanha dos sete abutres). O personagem principal não mede escrúpulos para conseguir um furo de reportagem que o tire de um simples jornal do interior e o leve para o topo dos mais famosos. E no meio deste desejo está um homem que trabalha em uma mina e fica soterrado. O Jornalista fica amigo dele, usa a notícia para se promover e vira herói. Só que o mineiro poderia ter saído em doze horas. Ficou seis dias, adoeceu e morreu. Porque o jornalista queria mais tempo para o seu sucesso como repórter. Isso é só um exemplo da capacidade do ser humano de usar o seu semelhante para subir na vida. E também existe o outro lado. O lado das pessoas curiosas que querem saber nos mínimos detalhes o que está acontecendo ou o que já aconteceu. Este tipo de interesse vende jornal, revista e dá audiência.
O sensacionalismo não muda. Antigamente era assim. Atualmente as coisas são vistas assim. Um exemplo bem típico é o ataque dos E.U.A ao Iraque. Uma das razões desse bombardeio seria a invasão do Iraque ao território dos curdos que fora declarado zona de proteção e exclusão pela ONU, em abril 1991, depois da guerra do Golfo. Alguns dizem com irritação como o Chanceler russo, Evqueni Primakov que o presidente Clinton usou os bombardeios com objetivos eleitorais. “Parece que estes ataques não representam uma solução, exceto talvez para assuntos de política interna!. O Irã também pensava parecido e seu vice-chanceler na época, Mahmud Vaezi, destacou que se tratava de uma “operação política eleitoreira” da Casa Branca. E também existiam os que apoiavam os bombardeios, como a Grã-Bretanha, Dinamarca, Portugal e Japão. Se era ou não, um interesse eleitoreiro não se pode dizer ao certo. Porém, uma pesquisa Gallup para USAToday indicava que, com a ação contra o Iraque, o presidente Clinton estabeleceu uma vantagem de 21% sobre o seu concorrente na preferência do eleitorado. É mera coincidência?
A população do Iraque é quem sofreu os bombardeios e morreu. Por que não falam mais profundamente no assunto os meios de comunicação? É porque o que importa mais é o petróleo, o dinheiro. A guerra chama a atenção dos sensacionalistas. Muitas vezes é matéria de capa com foto imensa. E a paz tem todo este destaque? Vende jornal? Certamente não.
Por está razão o sensacionalismo tem uma ligação muito forte com as guerras, as tragédias. As más notícias vendem mais. No filme a gente assiste à pura realidade que nos cerca. Precisamos refletir nas informações que nos são passadas pelos meios de comunicação. Tendo uma visão crítica dos fatos é que conseguiremos entender melhor o que acontece ao nosso redor.

Raquel Guimarães em 11/09/1996 - Introdução ao Jornalismo – Unisinos.

Filme:
A Montanha dos Sete Abutres - Direção: Billy Wilder. Intérpretes: Kirk Douglas, Porter Hall, Ray Teal. Estados Unidos, 1951.

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